Aos poucos eu vou me sentindo melhor em Curitiba.
Tem muito a ver com o fato de eu ter uma pessoa para ficar
com a Lara duas noites por semana, quando saio como adulta, confesso. Preciso,
sempre precisei, desde ela bebê que eu a deixava dormindo pra ir no restaurante
da quadra. Deixo dormindo até hoje “mamãe vai no restaurante de adulto”, ela
dorme a noite inteira, mas sabe que eu vou dar uma saidinha. Às vezes eu saio
de casa 23h, às vezes nem quero sair, mas me forço, vou, e sempre é bom.
Tem a ver também com eu estar trabalhando mais. Dias cheios
me alegram, apesar de eu não ter conseguido estabelecer uma rotina. As
propostas de trabalhos fixos não compensaram ter que ficar oito horas longe de
casa, então continuo como freelancer, o que tem sido uma surpresa boa. Os
contatos que eu fiz pelos anos têm rendido muito, muita coisa aparecendo, dá
para fazer um dinheirinho e ficar mais tempo com Lala. Ainda sinto falta de me
arrumar para sair diariamente, mas passo o dia no facebook (tenho que reduzir)
e no whatsapp (ditto), então até parece que tenho colegas de trabalho.
Tem muitíssimo a ver com a minha especialização ter começado
e eu me sentir com um propósito na vida de novo. Vou fazer a especialização,
que é preparatória para a prova do mestrado, não é um propositão? Me sinto tão
inteligente sentada naquelas cadeiras, é
tão bom.
E assim vamos indo. Aproveitando o máximo a cidade, fazendo
amizades devagarzinho, está melhorando. Demora, porque para mim foi um luto
terrível, principalmente o deixar o meu emprego. Foi como uma pequena morte, e
eu ainda choro ao lembrar do que eu deixei para trás. Mas vamos renascendo.
PS: Mas tem coisas que são simbólicas, né, Freud explica. Ainda não consegui mudar a cidade que moro no Facebook. Lembro que, quando voltei de Londres, fiquei "morando" na Inglaterra no Orkut (era 2005) por muito tempo ainda. Vai entender.