Estou vivendo no meio de uma grande bagunça. Entre esperar que aconteça algo que eu não quero que aconteça e esperar que isso não aconteça, não agora, nunca de preferência. Quero a minha mãe. A vida é uma bosta, nénão? Ou você morre jovem e tragicamente, ou velho, tristemente, perdendo a vida um pedacinho a cada dia. O que eu sei do meu avô? É um velhinho desde que eu me lembro. Gostava de construir coisas de madeira, de Chaves e de fumar seu cigarrinho de palha. Sempre enxergou só de um olho. E esse olho, aos 90 anos, quer viver mais um pouquinho. Tudo é triste demais, estranho demais. Me sinto culpada por rir de uma piada enquanto ele está lá, sofrendo à base de oxigênio. A casa enche de criança, esfregando o ciclo da vida na cara da gente. Natural, deveria ser, mas não é. É triste. E só.
PS: E rezo, rezo, rezo. Choro com o meu pai, com o meu namorado, com os meus amigos. Mas lá eu fico forte, vai dar tudo certo. Não sei se deveria escrever isso. Escrever torna tudo mais real, dá medo, parece que a culpa é minha. Mas eu preciso.
5 comentários:
Culpa de quê, linda? De estar viva?
Eu concordo quanto a vida ser um imenso cocô coletivo. Pra quê tudo isso, né? Mas o fato é que estamos aí. Pelo menos por um tempo. E nesse hiato, vamos fazer o que dá e lamentar pelo quenão der. É naural ficar triste em situações assim. Como também é natural rir da piada. Certeza que ele riria também.
Força aí. E continue escrevendo o quanto quiser, ao contráriodo que você disse, não faz com que fique real - porque já é real. Mas assim você divide com a gente e concretiza uma outra coisa, também muito importante: a rede que a gente tece pra te apoiar :)
Um beijo!
pensando em vc
Eu sinto essa dor. Por causa de minha vozinha...
E é uma dor horrível. Porque nada que a gente faça faz com que ela passe ou ao menos melhore.
Um beijo, querida.
Vai ficar tudo bem, chérie. Sempre fica....
Beijão.
Oi, sempre leio vários blogs, mas dificilmente comento, mas este post precisei comentar...Sei como esta se sentindo, meu sogro esta com câncer no cérebro em estagio terminal e esta internado também a base de oxigênio e passa a maior parte do dia inconciente. Minha cunhada ganhou nênem ontem e eu tive a mesma sensação de que você falou, muitas veses me sinto culpada por querer sair e me divertir um pouco, passear e rir, quando ele está lá...A vida todo dia sempre se renova e eu fico com medo de não saber viver a minha corretamente. Ultimamente, eu tenho vivido um dia de cada vez, mas tem sido muito difícil, pra mim, e para o meu marido que sofre e não permite que a gente conforte ele..
Bjs
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