Jornalista, gosta de moda, maquiagem e televisão, mulher do husband e, principalmente, mãe da Lara.
quarta-feira, setembro 29, 2010
Saudade
segunda-feira, setembro 20, 2010
No quartel d'Abrantes
- Lara agora puxa o próprio cabelo, grita de dor e não entende que tanto a mão quanto o cabelo são dela
segunda-feira, setembro 13, 2010
Um mês
Minha princesinha fez um mês no sábado. Quanta coisa aconteceu nesse um mês, hein filha? Quanta diferença você agora e quando nasceu. A cabecinha já mais durinha levanta sozinha quando de bruços. O que a mamãe acredita ser seu primeiro sorriso de verdade – não aqueles dormindo ou involuntários – aconteceu no sábado. Você agora não precisa ser mais acordada no meio da mamada, pelo contrário, é a minha Bezerra da Silva, mama com força e rapidinho. E mamãe e papai passam horas só olhando suas caretas! A melhor é a testa franzida acompanhada de biquinho, como quem está confusa sobre o que está acontecendo.
E como minha leonina tem personalidade forte. Impaciente que só, se perde o bico do peito sai da frente que ela sai caçando desesperada!! E gosta de uma rua! É sentar no carrinho ou entrar no carro para dormir tranquilamente! Gosta de se exibir, de ficar pelada, de tomar banho de sol. E gosta de banho dia sim, dia não, depende do humor.
E eu, nesse um mês, vou virando mãe aos pouquinhos. Te amando cada vez mais, o que eu achava impossível. E você cada dia mais linda, o que eu também achava impossível.
E eu viro mãe sem deixar de ser eu, claro. Por isso, quase enlouqueci por ter que ficar em casa um mês, meu Deus como eu sofri!! Foi mais difícil do que a mamada das 3 da manhã. Agora a gente já pode dar um passeio pela quadra, ir na casa de amigos, o que claro, não é uma balada, mas já ajuda a mamãe a ficar animadinha! Pelo menos eu tiro a camisola, né???
E aos pouquinhos a mamãe tenta deixar você sozinha – com a babá, conselho tutelar não se apavore. A primeira vez que eu saí deixei Lara com a minha própria mãe por 20 minutos e quase morri do coração. Depois deixei dez minutos com a babá para ir à padaria e nesse tempo eu pensei em todas as desgraças possíveis de acontecer dentro de casa. Sexta-feira mamãe e papai foram ao Giraffas – eeee – da quadra por 30 minutos e, adivinha, passaram 30 minutos preocupados falando de Lara. Vai ser difícil voltar para a noite, hohoho.
quarta-feira, setembro 01, 2010
Missing you
Minha filha nasceu não só na véspera do meu aniversário, mas também na véspera de completar 10 anos que eu efetivamente me mudei para Brasília. Só hoje eu tenho a noção de que esse episódio foi determinante não só na minha vida, mas na vida da minha mãe e da minha irmã também.
Eu tinha 16 anos e morava em Caldas Novas quando passei no vestibular aqui em Brasília. E minha mãe me deixou vir. E eu me lembro na época as pessoas falando “sua mãe é louca por te deixar ir” e eu só pensava “deixou? Mas eu nem pedi!”. E hoje eu entendo a grandeza desse gesto.
Minha mãe me deixou ir. Me deixou ser. Eu sei o quanto ela sofreu por ficar sozinha para trás com uma filha de 12 anos. Eu sei o quanto a minha irmã sofreu por passar a ser praticamente uma filha única naquele momento. E nem mesmo quando eu ligava chorando minha mãe me pedia para voltar, pelo contrário. Ela às vezes era até dura ao dizer “se você voltar, a gente vai ter que te arrumar um emprego de caixa de supermercado”.
Eu não sei se eu teria essa grandeza, esse altruísmo de deixar minha filha seguir a vida dela longe de mim tão cedo. Tantas vezes eu me questionei se valeu a pena todo o sofrimento por ficar longe da minha família. Para quê? Para estudar, ter uma carreira? Foi sacrifício demais, não?
Mas agora minha mãe fala que eu tive que sair de lá para conhecer o meu marido e ter a Lara. É como se tudo se justificasse de repente, como se não fosse em vão.
E hoje minha mãe foi embora. Dez anos depois de eu ter deixado a sua casa, minha mãe veio me ajudar em um momento tão delicado. Mais do que me ajudar com a Lara, minha mãe me deu banho, colocou minha cinta, me ajudou a me limpar. Minha mãe é minha mãe mesmo após eu a ter deixado por uma década.
E eu estou bem triste hoje por morar longe da minha família. E eu sei que minha mãe, meu pai e minha irmã também estão – e a família do meu marido também , que em grande parte está longe. Lara tem duas tias em Goiânia, uma no Rio e um nos Estados Unidos.
É isso. O meu sonho sempre foi colocar todo mundo que eu amo vivendo pertinho – e eu consegui isso por apenas uma noite, no meu casamento, quando as pessoas se despencaram para Goiânia por nossa causa. Agora, mais ainda, eu queria muito que a minha família e os amigos distantes convivessem diariamente com a minha filha. E vai ser difícil aceitar que a vida não é assim.