quinta-feira, outubro 11, 2007

Meu pai

Hoje, debaixo do sol e de uma lona de circo eu tive um insight. Descobri de onde vem toda a poesia que tem dentro de mim. Tocaram “Para não dizer que não falei das flores”, que hoje soa como uma música enjoada que fala de uma época distante e eu entendi tudo. Me lembrei do meu pai, com seu LP do Geraldo Vandré. Numa inversão do comum, na capa o meu pai escreveu uma dedicatória para o cantor, cheia de emoção e da qual eu não me lembro. E ele colocava o disco no tocador e me sentava do lado dele, eu com uns sete, oito anos, e me explicava “vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Da mesma forma ele faz até hoje, com modas de viola que contam histórias bonitas. É ao meu pai que eu devo toda a poesia da minha vida. É ao meu pai que eu devo o gosto e a admiração pela beleza. Seja ela em um livro, em um poema, em um filme, ou numa rima.

Um comentário:

Mariana disse...

Lindo!!!